Micro-entrevista #1 - Thiago Diniz
Comecei uma série no LinkedIn que agora trago para o Substack, com um olhar mais detalhado e curado.
São micro-entrevistas. Papos rápidos, diretos ao ponto.
Começo com o Thiago Diniz, CTO na Hent e colega de Y Combinator. Um cara super importante pro ecossistema de Recife e, mais importante, um cara do bem e que está com a Salvy (YC W24) desde o começo.
Em 455 palavras que levam um minuto e meio para ler, o Thiago contou sobre principais aprendizados, autoconhecimento e dicas de leitura.
Vamos lá!
O que você sabe hoje do seu trabalho que você queria saber quando começou?
Eu queria ter tido mais autoconhecimento e conhecimento externo quando comecei. Descobri que tenho parâmetros específicos para trabalhar bem. Por exemplo, sou uma pessoa mais produtiva à noite e tenho certos princípios de trabalho que são essenciais para mim.
Por muito tempo, tentei me adaptar a qualquer regime de trabalho, mas percebi que isso não funciona. É importante trabalhar em um ambiente que se ajuste ao seu estilo ideal, o que evita frustrações e aumenta a produtividade.
Trabalhar remotamente também é crucial para mim. Então, o que eu sei hoje é que preciso respeitar o meu "Ikigai", que envolve trabalhar no que eu sou bom, no que gosto e no que me dá dinheiro.
Não se trata de ser inflexível, mas de respeitar o que me faz trabalhar bem.
Qual é a parte mais importante do seu trabalho hoje?
A parte mais importante do meu trabalho é cuidar das pessoas que trabalham comigo. Não significa ser babá, mas ter uma preocupação real se elas estão aprendendo, se estão confortáveis.
O CTO do Dropbox fala sobre o quanto 1:1 se tornou tóxico por ser robótico. É fundamental ter uma comunicação aberta e transparente, onde as pessoas se sintam à vontade para falar com você.
Eu já trabalhei em lugares onde as pessoas se sentiam mais confortáveis em falar comigo do que com seus superiores, o que estava errado. Então, é importante criar um ambiente onde as pessoas se sintam confortáveis para se comunicar. Claro, entregar resultados é sempre essencial, mas cuidar das pessoas é o ponto mais importante.
O que você aprendeu com o seu maior erro profissional?
Meu maior erro profissional foi tentar, como uma pessoa técnica, mudar uma organização muito tradicional para um modelo ágil de forma abrupta. Como desenvolvedor, eu acreditava que era essencial entregar resultados a todo custo. Isso gerou muitos conflitos porque não entendia que organizações grandes demoram mais para se adaptar, mas quando o fazem, todos ficam mais alinhados e confortáveis.
Então, aprendi que é importante ter paciência, entender como as coisas funcionam e encontrar maneiras de entregar valor dentro dessas organizações de forma gradual. Hoje, pratico mais a paciência e o entendimento dos processos antes de implementar mudanças.
Quais livros ou artigos você recomendaria?
Eu recomendaria o artigo "How to Make Wealth" de Paul Graham. Também o artigo "18 Mistakes that Kill a Company" do mesmo autor. Esses textos são valiosos para evitar erros comuns e revisá-los regularmente ajuda a não cometer os mesmos erros novamente.
Algum conselho para finalizar a entrevista?
Façam acordos claros de como trabalhar com as pessoas no seu trabalho. Isso vai evitar muitas dores de cabeça.
Muitas vezes, as pessoas têm medo de fazer esses acordos porque temem a rejeição, mas é melhor que isso aconteça no início do que depois, quando não há mais como negociar.